Brasileiros não poderão entrar na Espanha pelo menos até junho

Estava lembrando de uma conversa recente com meu boffs (aka namorildo) após seu retorno de Paris.

Ele fez um bate y volta pra visitar o irmão, que não via há muito tempo. A viagem teve que ser remarcada umas duas vezes por conta da pandemia. Além da passagem aérea, ele teve que desembolsar uma “pasta” (aka bufunfa) pra duas PCRs, uma na ida e outra para voltar à Espanha.

Primeiro choque: a diferença de preço do teste entre os dois países.

Na Espanha, uma PCR pode chegar a custar, em uma das principais redes de laboratórios privados do país, 120 euros (ou R$ 782). Já na grande Paris, em uma clínica de bairro, o preço foi de 50 euros. Os franceses têm reembolso no caso de precisarem fazer o teste.

A segunda curiosidade, na falta de outra palavra: a recepção dos viajantes nos aeroportos. Em Orly, havia poucos fiscais, mas todos checavam manualmente o papel com a PCR e o carnê de identidade.

Já ao aterrissar em El Prat, o aeroporto internacional de Barcelona, havia uma super infraestrutura montada. Mil fiscais hormiguitas com seus coletes amarelo-neon sinalizando para a multidão em mil direções.

Qualquer pessoa que chega na Espanha, seja nacional ou não, deve apresentar um formulário por meio de um site ou uma app oficial do governo espanhol, mostrando o código QR gerado –que não estava funcionando. Depois de muito discutir com algum fiscal, deram o formulário em papel, pra ser preenchido na hora.

E, pasme, não foi preciso mostrar o teste negativo da PCR; marcando um box do formulário declarando que sim-sou-negativo já foi suficiente.

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O governo espanhol estendeu até pelo menos 8 de junho de 2021 as restrições à entrada de brasileiros, com exceção dos que possuam passaporte espanhol, residência ou justificativa por trabalho ou estudos. Parentes de residentes ou nacionais não podem entrar, a não ser por motivos excepcionais.

E vir por turismo, por enquanto, está proibido. A medida vale também para os viajantes oriundos da África do Sul.

O texto publicado no Boletim Oficial do Estado (BOE) em 21 de maio justifica a precaução afirmando que “a situação epidemiológica e especialmente o impacto das variantes de especial preocupação vinculadas à República Federativa do Brasil e à República da África do Sul continua muito elevado [sic]”.

“Ainda que o risco de importação de casos desses países possa ser reduzido graças a medidas de controle sanitário aplicáveis na chegada à Espanha [hmmmmm], isso não impede que continuemos a tomar precauções extremas diante do potencial de propagação das variantes brasileira e sul-africana do vírus”.

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